sexta-feira, 6 de julho de 2018

LeBron James gasta R$ 11 milhões para reformar e administrar escola pública na região de Cleveland

LeBron James gasta R$ 11 milhões para reformar e administrar escola pública na região de Cleveland

© Getty Images LeBron James, em partida pelo Cleveland Cavaliers na temporada de 2017-18 da NBA 

Há oito anos, a imagem de camisas queimadas marcou a saída de LeBron James de Cleveland rumo ao Miami Heat. O astro da NBA retornou aos Cavaliers, conquistou um título e, no último domingo, anunciou que deixará a equipe, agora rumo a Los Angeles. Dessa vez, porém, ao invés de raiva, ele deixa um legado muito maior.
Alguns quilômetros ao sul de Akron, cidade natal de James, caminhões de cimento e pintores foram vistos trabalhando neste legado. No dia 30 de julho, a cidade terá uma nova escola pública, a “I Promise School” (Eu Prometo Escola, em português), totalmente patrocinada pela LeBron James Family Foundation.
Com mais de 880 mil dólares (R$ 3,4 milhões) destinados à reforma do prédio e outros 2 milhões (R$ 7,8 milhões) ao seu funcionamento completo no primeiro ano, a escola receberá 240 alunos do terceiro ano e 120 do quarto – sendo que todos eles chegaram ao terceiro ano com nível de leitura abaixo do esperado. Quando estiver finalizada, receberá alunos do primeiro ao oitavo ano do Ensino Fundamental.
O ídolo do basquete sempre deixou clara sua dedicação com relação a questões sociais. O programa da fundação, inclusive, é muito maior do que o próprio projeto da escola. São 1.300 alunos que enfrentam barreiras econômicas e sociais para o aprendizado. No entanto, se concluírem o Ensino Médio, terão bolsas escolares garantidas na Universidade de Akron. E não para por aí: a nova escola de James também será casa de programas dedicados a adultos, que vão de ensinar a ler à graduação.
Quando retornou a Cleveland, em 2014, LeBron disse: “Minha presença pode fazer a diferença em Miami, mas acho que pode significar ainda mais na minha cidade. Eu quero que as crianças no nordeste de Ohio, assim como as centenas de estudantes de Akron que eu patrocino através de minha fundação, compreendam que não há lugar melhor para crescer”.
Michele Campbell, diretora da Fundação, é uma das responsáveis por colocar o projeto em funcionamento, e falou sobre a importância de o herói local se preocupar com troféus também fora dos ginásios.
“Quando LeBron estiver totalmente aposentado do basquete e todos estiverem debatendo sobre onde ele terminou sua carreira, se foi o maior de todos... Quando tudo estiver acabado, seu objetivo principal com isso é mostrar ao país inteiro que é assim que se constrói uma mudança real e geracional. E eu acredito que parte disso é trabalhar com o sistema público de ensino e realmente sentar e conversar sobre como fazer as coisas juntos”, afirmou.
Quando a escola estiver em pleno funcionamento, LeBron James não estará vestindo a camisa de Cleveland. O contrato de quatro anos com o Los Angeles Lakers, no valor de R$ 596 milhões, ainda estará em vigor. Mesmo assim, o atleta fez questão de escrever pessoalmente cartas a todos os estudantes garantindo que sua mudança para a Califórnia não mudará em nada o futuro dos alunos. Palavras e postura de quem entende que o poder de transformação do esporte ultrapassa as linhas da quadra.

Disponível em Acesso 03 Jul. 2018.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Kierkegaard, o jovem rico e São Francisco de Assis

KierkegaardKierkegaard, o jovem rico e São Francisco de Assis

Muitas foram as controvérsias que marcaram a vida de Soren Aabye Kierkegaard: Sua infância oprimida por um pai atormentado; o rompimento traumático de seu noivado com Regina Olsen; a crítica pesada que fez a igreja e ao clero de seu tempo, não porque desprezava-os, mas porque desejava uma igreja mais cristã.
Em seus escritos, Kierkegaard sugere três estágios para existência humana, entre os quais o homem pode escolher viver, são eles: 1) O Estágio Estético, onde o homem escolhe viver como um espectador, buscando fugir do tédio através dos divertimentos e distrações; 2) O Estágio Ético, onde o homem sai da posição de espectador e , por uma decisão existencial, decide seguir regras universais, que mesmo sendo um estágio melhor do que o primeiro, ainda é insuficiente para uma fé viva e profunda para com Deus; 3) O Estágio Religioso, é neste estágio que o homem se aproxima de Deus, dando o salto, que o filósofo chamou de “salto de fé”.
Como exemplo deste salto de fé, Kierkegaard, em seu livro Temor e Tremor, usa o patriarca Abraão, que estava disposto a obedecer Deus, levando seu filho Isaque para sacrificá-lo, mesmo que isto pudesse ser um absurdo. “Abraão… creu no absurdo.”¹ diz o filósofo. O estágio religioso sempre será algo incompreensivo para aqueles que vivem nos estágios estético ou ético.
abraao_isaqueSaindo da história de Abraão e indo até o tempo de Jesus, vemos nos evangelhos a história de um jovem rico, que vivia a angústia de não ser um homem salvo, pois se aproximando de Jesus, ele pergunta: “O que farei para herdar a vida eterna?”² Jesus percebendo sua angústia, lhe convida a dar um salto de fé, deixando para trás suas riquezas para ser tornar um discípulo seu. Ele porém, ainda preso nos estágios anteriores (estético e ético), prefere continuar vivendo a angústia de um homem não salvo.
O que o jovem rico da época de Jesus não fez, um outro jovem rico do século XII fez, seu nome de batismo era Giovanni, porém seu pai, um rico comerciante, passou a chamá-lo de Francesco (o francesinho), depois de uma viagem que fez a França. O jovem Francesco, ouvindo o evangelho, especialmente a história do jovem rico, decidiu tomar a atitude de abandonar tudo para se tornar um proclamador das Boas Novas. As pessoas passaram a chamá-lo de Francesco de Assis.
Ele viveu de forma, que muitas de sua época não compreenderam, como um mendicante, porém seu exemplo de vida tornou-se admirável para as gerações que o sucederam. Podemos dizer que ele viveu o que Kierkegaard chamou de estágio religioso.
1 – Kierkegaard,Soren. Temor e Tremor, Coleção os pensadores;
2 – Evangelho de Lucas – Cap. XVIII;
Bibliografia:
– Sproul, R.C. Filosofia para Iniciantes. Vida Nova, 2002.
– Foster, Richard. Rios de Água Viva. Editora Vida, 2008.
https://bibliaefilosofia.wordpress.com/tag/tres-estagios-de-kierkegaard/



quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

6 sinais que uma pessoa possui o vício de jogo

Em que medida os jogos eletrônicos são prejudiciais à saúde?

Abro aqui espaço para as nossas discussões. Atendendo a pedidos de amigos, pais e alunos seguem abaixo duas matérias interessantes sobre o vício em videogames:

I. Vício em videogame já afeta 9% dos usuários



Foto: © Fornecido por El Pais Brasil Isaac Flores jogando um videogame no computador.

O venezuelano Ricardo Quintero, de 29 anos, deu um soco em sua irmã quando tinha 14 por lhe dizer como devia jogar um videogame. “Como fui capaz de fazer isso?”, pergunta-se. Ele acredita que foi o vício em videogame o fez perder o controle. Um vício que o levou a faltar a compromissos, deixar amizades e baixar o rendimento escolar.

Estudos internacionais apontam que até 9% das pessoas que jogam estão viciadas em videogames. Em alguns países asiáticos isso já é considerado um problema de saúde pública. Na China, o gigante da internet Tencent limitou o tempo diário de uso de seu videogame King of Glory para evitar que os mais jovens viciem. Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o vício em videogame na lista de doenças mentais que está sendo preparada para a próxima edição da Classificação Internacional de Doenças (ICD-11, na sigla em inglês). A ESA, associação norte-americana que representa os produtos e distribuidores da indústria do videogame, solicitou que a OMS reconsidere a decisão.

Esse transtorno se caracteriza por um padrão “contínuo ou recorrente”. A OMS vincula a doença ao aumento da prioridade dada aos jogos em prejuízo de outros interesses vitais e atividades diárias. Além disso, os jogadores perdem o controle sobre a frequência e duração.
Quintero trabalhava como publicitário, às vezes não terminava suas tarefas por causa do jogo e mentia para seus clientes. “Dizia [que seriam] cinco minutos e passava quatro horas”, conta. O vício também o afetou no âmbito pessoal. Quintero recorda que quase perdeu a namorada, com quem agora vai ter um filho: “Quando tinha 22 anos, preferia jogar a estar com ela”.

A maioria das pessoas viciadas nos videogames tem uma idade média de 20 anos, poucas habilidades sociais e dificuldade de persistir em seus objetivos. É o que diz Susana Jiménez, psicóloga clínica e coordenadora da unidade de jogo patológico e outros vícios comportamentais do hospital de Bellvitge, em Barcelona. Nessa unidade as consultas relacionadas a videogames cresceram 2% desde 2004. Dos 3.500 casos de pacientes com vícios comportamentais, 5% correspondem a pessoas viciadas em videogames. Especialmente os jogos online, de RPG, em massa e de multijogadores. Mais concretamente o World of Warcraft e o League of Legends (LOL).

Isaac Flores começou a jogar o LOL quando tinha 17 anos. Cada semana passava pelo menos duas noites sem dormir para “melhorar”. Jiménez diz que o fato de esses videogames exigirem uma dedicação de tempo tão importante e não terem fim é o que os torna viciantes. Apesar de Flores ter começado a jogar com amigos, acabou perdendo-os. “Se você está determinado a melhorar, acaba deixando de lado as pessoas que não estão no seu nível”, diz.

Diferentemente de Quintero, o que para ele começou como um vício acabou virando trabalho. Dois anos mais tarde, várias equipes queriam contratá-lo. Assim Pepiinero, como é conhecido no mundo dos esportes, tornou-se um dos melhores jogadores de LOL da Espanha e chegou a ganhar 3.500 euros (13.000 reais) por mês. Mas dedicava mais de dez horas por dia ao jogo: “Você acaba deixando de viver para si e acaba vivendo para o videogame”. Agora, aos 23 anos, perdeu a paixão pelo LOL e trocou os videogames por livros. O último que escolheu foi Coluna de Fogo de Ken Follet. “Foi proveitoso porque ganhei algo em troca, mas tem gente que investe o mesmo tempo ou mais e não chega a lugar nenhum. Muitas vezes fazem isso para provar seu valor”, opina.

Gabriel Rubio, chefe do serviço de Psiquiatria do Hospital 12 de Octubre (Madri), afirma que os videogames permitem melhorar a autoestima. Sua unidade trata principalmente pacientes viciados em jogos com dinheiro. O médico destaca que um em cada três foi viciado videogames e os trocou pelas apostas. Para Jiménez, muitas vezes é mais fácil tratar a ludopatia quando a pessoa está consciente do problema: “O grande desafio do vício em videogames é a pouca consciência que esses jovens têm da doença”. O tratamento é feito em duas etapas: uma intensiva, com uma sessão semanal durante os quatro primeiros meses e outra de acompanhamento, que se estende por dois anos.

A família desempenha um papel fundamental, especialmente na prevenção. “Jogar videogames não tem absolutamente nada de mau, mas é preciso limitar os tempos e proporcionar às crianças diversidade de entretenimento”, afirma Andrés Quinteros, diretor da clínica de psicologia Cepsim. Recomenda-se jogar no máximo duas horas por dia com a luz acesa, não ficar muito perto do monitor e evitar pôr a tela no brilho máximo. Durante o tratamento, o objetivo não é convencer os pacientes de que os videogames são maus, mas fazê-los perceber o que estão perdendo como consequência de jogar mais de oito horas por dia.

Quintero não se submeteu a nenhum tratamento para acabar com seu vício em videogames. Substituiu os jogos por outras ocupações: concentrou-se no trabalho, toca bateria e passa tempo com sua companheira. Hoje ainda joga FIFA e Destiny 2 quatro horas por semana no Play Station 4, mas o que para ele antes era “tudo”, agora é uma válvula de escape. O jovem venezuelano tem consciência de que o vício em videogames fez muitas pessoas perderem tudo: família, trabalho e amigos. Mas lança uma mensagem de esperança: “O bom de chegar ao fundo do poço é que a única opção que resta é subir”.

EL PAÍS - Isabel Rubio
https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/jogos/vício-em-videogame-já-afeta-9percent-dos-usuários/ar-AAuRu3m?ocid=spartanntp

II. 6 sinais que uma pessoa possui o vício de jogo

Qualquer jogo, seja videogame, cartas, baralho, e qualquer outra coisa. Veja estes 6 sinais que você, seu cônjuge ou alguém que você conhece precisa de ajuda rápido.

O vício é uma desordem química no cérebro. Hábitos e comportamentos baixam o nível de norepinefrina, ou seja, a pessoa tem que trabalhar mais para obter esses níveis elevados de volta. Com o jogo, a única maneira de manter o nível de norepinefrina é jogando mais tempo, com mais frequência, e jogos mais intensos. Aqui estão alguns sinais de que o jogo se tornou um vício:

1. Jogo compulsivo

Tendo tempo para desfrutar de um jogo com os amigos é uma coisa, mas jogar porque você se sente empurrado para o jogo, isso é compulsão. Jogando por um período curto de tempo para relaxar ou se divertir não é o mesmo que ficar triste ou até mesmo sentir-se com raiva porque você tem que parar ou sentir-se incapaz de parar de jogar.

2. Compromisso da função

Não é mais um jogo, se você tem saído da vida real. Se você é incapaz de completar uma tarefa normal, porque não consegue prender sua atenção, isso significa que o seu cérebro já está mudando de função. Se você é incapaz de ter conversas com aqueles que o rodeiam, o jogo tornou-se uma ilusão de interação. Se você negligenciar o seu cônjuge, filhos ou funções do trabalho por causa do jogo, isso é um sinal de que você já foi longe demais.

3. Isolamento

Se você se retirar de outras atividades, porque muito tempo e energia são dados ao jogo, seu tempo de jogo pode estar fora de equilíbrio. Se você só interagir com os amigos on-line, você vai lutar com a sua capacidade de participar de interações da vida real porque habilidades sociais são inteiramente necessárias.

4. Realização falsa

Alguns jogadores ficam tão perdidos em níveis e em outras realizações dentro do jogo que eles perdem o interesse em realizações da vida real. Eles podem tornar-se apático, desmotivados ou desinteressados na busca de interesses externos e passatempos que desenvolvem outros talentos.

5. Perda de criatividade

Quando os jogos de vídeo e gráficos de alta tecnologia proporcionam a estimulação apenas, os jogadores extremos podem perder algumas das habilidades de sua própria imaginação. Muitas vezes, os jogadores viciados preferem se dedicar somente a um jogo, e assim repetir apenas as habilidades necessárias para aquele jogo com a exclusão de outras habilidades que também necessitam de prática.

6. Mudanças de humor

Por causa da alteração dos níveis de norepinefrina, o jogador viciado deve aumentar o seu vício em tempo e intensidade para atingir os mesmos sentimentos positivos em jogos. Essas mudanças aumentam outros sintomas, também, incluindo crescente isolamento da família, de amigos e de outras atividades por omissão. Sem esses apoios adicionais e com maior intensidade a partir de mais jogos, o jogador viciado pode experimentar variações de humor ou mesmo respostas emocionais explosivas quando pedido para parar ou confrontado sobre o comportamento viciante.

O jogo pode ser um passatempo divertido para muitos, e muitos jogos incluem excelentes oportunidades de aprendizagem. Mas quando os jogos escolhidos são mais intensos e violentos, e são jogados por uma grande quantidade de tempo fazendo com que sejam excluídas do jogador outras interações e atividades, isso pode se encaixar no padrão do comportamento viciante.
Traduzido e adaptado do original How to recognize a gaming addiction, por Jaguaraci Nascimento.

VIDEOGAMES COMO TERAPIA

Cada vez mais profissionais da saúde exploram as possibilidades terapêuticas dos videogames. No Hospital de Bellvitge eles são utilizados como estratégias complementares no tratamento da ludopatia: treinam o paciente a controlar melhor os estados emocionais negativos e o estresse, a irritabilidade e a ansiedade.

Também existem videogames para fazer crianças com câncer terem atitudes mais positivas na quimioterapia ou ajudar na recuperação de queimaduras. “Quando desconectam, melhora o limiar de tolerância à dor”, diz Susana Jiménez. Os videogames também podem ser extremamente positivos se forem usados de forma adequada, já que ajudam a desenvolver habilidades como concentração, atenção e memória.

Emily Christensen
Ph.D, vive com o marido em Oklahoma, Estados Unidos. Recebeu seu Ph.D em terapia de casais e família, e está estudando Hebraico e Estudos Judaicos.
Website: <http://www.housewifeclass.com>
<https://www.familia.com.br/342/como-reconhecer-um-vicio-de-jogo>

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Alerta da OMS: Distúrbio de games - vício em videogame e sinais de um viciado


O vício em videogame e sinais de um viciado - um alerta da OMS


Jogar videogame é um remédio ou um veneno? A dosagem é o nosso maior indicador, porque para alguns jogar é um remédio, para outros um veneno. Da terapia à tragédia: o mito em ser um jogador profissional, famoso e milionário têm levado adolescentes e jovens ao drama chamado "distúrbio de games" (a ludomania online = a compulsão por jogos eletrônicos) essa nova patologia (distúrbio) está sendo estudada pelos cientistas e divulgada mundialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o vício em videogame entra para a lista de doenças mentais na Classificação Internacional de Doenças da OMS (ICD-11 na sigla em inglês).

O crescimento do número de jogadores online na última década no mundo, somado ao estímulo por parte Indústria dos Games online tratados como eSports (esportes eletrônicos) têm seduzido adolescentes e adultos ao Mito de ser um ePlayer (jogador profissional virtual online) ou um streamer famoso no YouTube e milionário. (Foto: o time coreano Samsung Galaxy White venceu o Campeonato Mundial de League of Legend 2017.) Milhares de jovens também sonham em ser um digital influencer streamer (que transmite streams, ou seja, vídeos de jogos em plataformas como Twitch, como os youtubers e blogueiros) especializado em mostrar a arte de jogar ou segredos dos jogos e, consequentemente, tornar-se famoso e milionário. 

Por um lado milhares de adolescentes e adultos passam horas e horas jogando online como hobby para distração, por outro lado outros milhares sonham em ser jogadores famosos, honrados e milionários. Para tal fim é necessário uma equipe de excelentes jogadores (ePlayers) e treinar e treinar muito, diariamente para atingir esse sonho, sacrificando assim horas de sono, estudos e trabalho, alguns chegam ao extremo de largar faculdade, o emprego e até o namoro, entram no sedentarismo, caindo num total isolamento social, alheios ao convívio social e até o convívio familiar dentro da própria casa, enfim, o jogo inicialmente oferece uma excitação, elevando hormônios da satisfação (alguns estudos comparam os efeitos ao uso da cocaína), contudo após o jogo, o indivíduo percebe uma grande ansiedade, concomitante ao sentimento de angústia, isso ocorre no silêncio do quarto até que a família perceba que o indivíduo está mergulhado no drama da depressão. O problema hoje vem atingindo as crianças, o que torna uma emergência para os pais, a escola e até o governo, uma vez que é "dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária." (art. 4°, do Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei N° 8.069/1990)

Os efeitos psicossociais e psicobiológicos dos games na mente humana são objeto de inúmeros estudos da comunidade científica mundial. Os sintomas dos distúrbios incluem:
- não ter controle de frequência, intensidade e duração com que joga videogame;
- priorizar jogar videogame a outras atividades;
- continuar ou aumentar ainda mais a frequência com que joga videogame, mesmo após ter tido consequências negativas desse hábito;  

A solução para esse problema passam pelo acolhimento familiar junto com tratamento psicológico e até psiquiátrico são os mais indicados. Confira a matéria do Frederico Mattos do Site Papo de Homem "O vício em games estragou a minha vida" que trata dessa tragédia clique aqui.

O que centes e jovens viciados em games ignoram é são jogos e como qualquer outro jogo o resultado não é objetivo, ou seja, não depende só de habilidades e técnicas, mas sobretudo o resultado é aleatório (alea, do latim "sorte" ou "azar"), fruto do acaso. Ora, o jogador que sonha em ser um ePlayer famoso e milionário acredita mesmo que quanto mais dedicação, horas e horas conectado de treinamento juntamente com uma equipe de ePlayers, trará como resultado habilidades e técnicas que fará(ão) superar os elementos aleatórios. Esse fato é verdadeiro em parte.

Contudo o grande problema é que enquanto a mente do jogador o leva querer jogar sempre mais e mais para aperfeiçoar-se, numa grande excitação, trazendo a sensação de prazer, a mente é atraída à ilusão de que dependeria apenas do treino para se chegar ao bom resultado, quando o jogador desliga o jogo a excitação passa e vem acompanhada do sentimento de vazio existencial e angústia, daí o indivíduo conecta novamente ao jogo entrando num círculo vicioso - quanto mais horas jogando, melhor jogador serei. Eis aqui o problema!

Há por detrás dos bastidores dos jogos online um universo desconhecido que envolvem atividades além da técnica, da habilidade de jogar, até onde sabemos esse universo desconhecido envolvem e primeiramente acessórios nas quais os grandes ePlayers e os até youtubers famosos não divulgam que impactam no resultado para se pontuar mais e ser um vencedor, por exemplo, como servidores pagos e personalizados, somados à internet em alta velocidade, computadores PC games com processadores de altíssimo desempenho, teclados e mouses com botões especiais de cliques repetitivos, cada acessório mencionado não é nada barato, por conseguinte milhares de jogadores alimentam o consumo desses produtos enriquecendo a Indústria dos Games e do eSports que está por detrás desse "sonho". 


Além disso há uma grande discussão sobre as DLCs (que mudam a cada temporada) nas quais há diversas calibragens e modificações que mudam a lógica da jogabilidade, os glitchs, o problema das mídias inversas, contas MOD (contas rackeadas) e os programas de trapaças, nem os engenheiros que criam e elaboram os jogos têm total controle sobre esses problemas, se realmente há uma forma de inibir ou banir jogadores que esses tipos de recursos que oferecem vantagens ilícitas nos jogos, tornando o jogo eletrônico numa aposta de sonho doentio.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Liberdade para ensinar, empoderar os professores

Liberdade para ensinar, empoderar os professores - Dia Mundial dos Professores

Mensagem conjunta da UNESCO, da OIT, do UNICEF, do PNUD e da Education International, para o Dia Mundial dos Professores, 5 de outubro de 2017.

Os professores são um fundamento essencial da força de longo prazo de todas as sociedades – fornecer a crianças, jovens e adultos o conhecimento e as habilidades que necessitam para realizar seu potencial.

Porém, em todo o mundo, muitos professores não têm a liberdade e o apoio de que precisam para desempenhar seu trabalho de vital importância. É por isso que o tema do Dia Mundial dos Professores deste ano – “Liberdade para ensinar, empoderar os professores” – reafirma o valor de professores com autonomia e reconhece os desafios que muitos enfrentam em sua vida profissional em todo o mundo.

Ser um professor empoderado significa ter acesso a uma formação de alta qualidade, salários justos e oportunidades contínuas para o desenvolvimento profissional. Também significa ter liberdade para apoiar o desenvolvimento dos currículos nacionais – e autonomia profissional para escolher as abordagens e os métodos mais apropriados e que possibilitem uma educação mais efetiva, inclusiva e igualitária. Além disso, significa ser capaz de ensinar em segurança, em tempos de mudanças políticas, instabilidades e conflitos.

No entanto, em muitos países, a liberdade acadêmica e a autonomia docente se encontram sob pressão. Por exemplo, nos níveis primário e secundário de alguns países, sistemas rigorosos de responsabilização colocam uma enorme pressão para que as escolas entreguem resultados em testes padronizados, ignorando a imprescindibilidade de se garantir um currículo de base ampla que satisfaça as diferentes necessidades dos estudantes.

A liberdade acadêmica é fundamental para os professores de todos os níveis educacionais, mas é especialmente essencial para os professores do ensino superior, para apoiar suas habilidades de inovar, explorar e atualizar-se quanto às mais recentes pesquisas pedagógicas. Na educação superior, com frequência, os professores são empregados com contratos temporários de forma contingencial. Isso, por sua vez, pode resultar em mais insegurança e carga de trabalho, assim como menores salários e perspectivas profissionais – fatores que podem restringir a liberdade acadêmica e enfraquecer a qualidade da educação que os professores podem oferecer.

Em todos os níveis educacionais, as pressões políticas e os interesses comerciais podem limitar a capacidade dos professores de ensinar com liberdade. Frequentemente, professores que vivem e trabalham em comunidades e países afetados por conflitos e instabilidades enfrentam desafios ainda maiores, incluindo intolerância e discriminação crescentes, assim como restrições relacionadas ao ensino e à pesquisa.

Este ano marca o 20º aniversário da Recomendação de 1997 da UNESCO relativa ao Estatuto do Pessoal do Ensino Superior, que complementa a Recomendação da OIT/UNESCO de 1966 relativa ao Estatuto dos Professores. Juntos, esses instrumentos constituem o principal marco legal de referência para tratar dos direitos e das responsabilidades dos professores e dos educadores. As duas recomendações enfatizam a importância da autonomia docente e da liberdade acadêmica para a construção de um mundo no qual a educação e a aprendizagem sejam realmente universais.

Enquanto o mundo trabalha em conjunto para realizar a visão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nós chamamos nossos parceiros, nos governos e nos setores educacional e privado, para que se comprometam com a construção de uma força de trabalho educacional altamente qualificada, valorizada e empoderada. Isso constitui um caminho fundamental para o alcance do ODS 4, que prevê um mundo no qual todos – meninas, meninos, mulheres e homens – tenham acesso a uma educação de qualidade e a oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.

Isso significa assegurar condições de trabalho dignas e salários justos para todos os professores, inclusive os de nível superior. Significa oferecer aos professores formação e desenvolvimento. Significa aumentar a quantidade de professores qualificados, em especial nos países com altas taxas de pessoal docente sem qualificação. Significa retirar restrições desnecessárias ao ensino e à pesquisa, assim como defender a liberdade acadêmica em todos os níveis educacionais. Finalmente, significa elevar o status dos professores em todo o mundo, de uma maneira que honre e reflita o impacto que eles têm na força das sociedades.

Neste Dia Mundial dos Professores, junte-se a nós no empoderamento dos professores, para que eles tenham liberdade para ensinar e para que, por sua vez, todas as crianças e todos os adultos sejam livres para aprender – em benefício de um mundo melhor.

Sobre o Dia Mundial dos Professores

Realizado anualmente no dia 5 de outubro desde 1994, o Dia Mundial dos Professores celebra a assinatura da Recomendação da OIT/UNESCO de 1966 relativa ao Estatuto dos Professores, que comemorou seu 50º aniversário durante a edição do ano passado. A Recomendação de 1966 constitui o principal marco legal de referência para abordar os direitos e as responsabilidades dos professores em escala mundial.

Neste ano, o Dia Mundial dos Professores comemora o 20º aniversário da Recomendação de 1997 da UNESCO relativa ao Estatuto do Pessoal do Ensino Superior. Com frequência, o pessoal docente que trabalha em instituições de ensino superior é negligenciado em debates relativos ao estatuto dos professores. Tal como professores dos níveis pré-primário, primário e secundário, o ensino superior é uma profissão que exige habilidades e conhecimentos especializados, assim como competência pedagógica.

O Dia Mundial dos Professores de 2017 será celebrado com o tema “Liberdade para ensinar, empoderar os professores”, que reflete o tema do dia de 2015, que se seguiu à adoção dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nessa ocasião, a autonomia dos professores foi reafirmada como uma alta prioridade nas estratégias de educação e desenvolvimento.

O Dia Mundial dos Professores é celebrado anualmente em todo o mundo e reúne governos, organizações multi e bilaterais, ONGs, o setor privado, professores e especialistas no campo do ensino. Com a adoção do ODS 4 em educação e, especificamente, da Meta 4c, que reconhece os professores como essenciais para o alcance da Agenda de Educação 2030, o Dia se tornou a ocasião para marcar as conquistas e para refletir sobre formas de combater os desafios remanescentes à promoção da profissão docente, como a grave falta de professores. O Instituto de Estatística da UNESCO (UIS) entende que o mundo necessita de 69 milhões de professores para atingir a educação primária e secundária universal até 2030.

Recomendação da OIT/UNESCO de 1966 relativa ao Estatuto dos Professores e Recomendação de 1997 da UNESCO relativa ao Estatuto do Pessoal do Ensino Superior (PDF). http://unesdoc.unesco.org/images/0016/001604/160495por.pdf

FONTE: http://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_580072/lang--pt/index.htm

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Alain de Botton e o papel do pensamento na busca de uma consciência elevada

“O cérebro único de Leonardo da Vinci permitia a ele a oportunidade de experimentar o mundo a partir de uma dimensão elevada", escreveu Leonard Shain em sua obra Leonardo's Brain: Understanding da Vinci's Creative Genius.

Mas, o que é a tal dimensão elevada? Geralmente associados à espiritualidade, os estados de consciência elevada também encontram seu caminho na filosofia. Refletir sobre esta compreensão maior sobre o ser humano e cultivar estes momentos de lucidez é a proposta do escritor suíço Alain de Botton no texto abaixo, uma lição sobre o papel da filosofia e do pensamento para elevar a consciência sobre quem somos. Confira:

O termo consciência elevada é frequentemente usado por pessoas espiritualizadas para descrever estados mentais importantes, mas difíceis de alcançar.

Sábios hindus, monges cristãos, ascéticos budistas, todos falam sobre os momentos de consciência elevada que podem ser atingidos por meio de meditação, mantras, jejum ou peregrinações.

Infelizmente, a forma que com que as pessoas espiritualizadas discutem seus estados de consciência tem a tendência de perturbar os seculares. Tudo soa muito vago, insípido, meloso e, em busca de uma palavra melhor, irritante. O que estes caras querem dizer afinal?

Temos profunda empatia com tais frustrações, já que não somos, por natureza, atraídos pelo sagrado ou pelo mistério. Contudo, parece que a ideia de uma consciência elevada é, de fato, muito interessante, até porque nada tem a ver com espiritualidade e pode ser definida em termos bastante seculares e racionais.

É assim que a vemos: nós, seres humanos, passamos a maior parte de nossas vidas funcionando em estados de consciência menores, onde estamos principalmente preocupados com nós mesmos, com nossa sobrevivência e com nosso sucesso, para definir de forma rápida.

A vida ordinária recompensa perfis práticos, expansivos e capazes de autojustificação, que são a marca daquilo que chamamos de consciência menor. Neurocientistas falam de uma parte inferior do cérebro, o cérebro reptiliano, e dizem que é sob sua influência que agimos quando somos agressivos, culpamos os outros, brigamos, silenciamos questões que não possuem um propósito imediato, falhamos em fazer associações livres e nos mantemos presos à elogiável imagem de quem somos e de para onde estamos indo.

Porém, em raros momentos, quando não há ameaças ou demandas sobre nós, talvez tarde da noite ou cedo de manhã, quando nossos corpos estão confortáveis e inativos, temos o privilégio de acessar a mente elevada, o que os neurocientistas chamam de neocórtex, o berço da imaginação, da empatia e do julgamento imparcial. Soltamos nossos egos e ascendemos para uma perspectiva mais universal e menos padronizada, descartando um pouco de nossas justificativas ansiosas e nossa batalha pelo orgulho.

Nestes estados, a mente se move além de seus desejos e interesses particulares. Começamos a pensar nas pessoas de forma mais imaginativa. Em vez de criticar e atacar, estamos livres para imaginar que seus comportamentos são condicionados pelas pressões de suas mentes primitivas, sobre as quais elas geralmente não estão em condições de discutir. Seus temperamentos e vícios são, agora vemos, sintomas de machucados e não de maldade.

É espantoso como nos afeta a evolução gradual da habilidade de explicar as ações dos outros por suas aflições, em vez de por causas simplórias. Percebemos que a resposta apropriada à humanidade não é o medo, o cinismo ou a agressão, mas sempre – quando conseguimos alcançar isso – o amor.

Nesses momentos, o mundo se revela bem diferente: um lugar de sofrimento e de esforço sem direcionamento, repleto de pessoas lutando para serem ouvidas e disparando palavras umas contra as outras, mas, também, um lugar de ternura e de profundas vontades, de beleza e de vulnerabilidade tocantes. A resposta para isso é gentileza e empatia universais.

A vida se torna menos preciosa, conseguimos contemplar, com tranquilidade, a possibilidade de não estarmos mais presentes. Os interesses são colocados de lado e nos fundimos com o estado natural de transição das coisas: as árvores, o vento, as nuvens e o mar. Deste ponto de vista, o status é nada, as posses não importam, as queixas perdem suas urgências. Se alguma pessoa nos encontrar neste ponto, poderá se maravilhar com nossa transformação e com nossa recém-encontrada generosidade e empatia.

Estados de consciência elevada, claro, duram pouco tempo. Nem deveríamos, em todo caso, tentar torná-los permanentes, porque eles não sentam tão bem com as diversas e importantes atividades práticas que temos em nosso cotidiano. Mas, devemos fazer o melhor uso destes estados elevados quando eles chegam e cultivar seus insights para os momentos em que mais precisamos deles.

Estados elevados de consciência são um grande triunfo sobre o cérebro primitivo, que não consegue perceber novas possibilidades. Idealmente, nós estaríamos um pouco mais despertos às vantagens desta mente elevada e lutaríamos para que nosso oceano de experiências fosse, de alguma forma, menos aleatório e menos preso em mistérios desnecessários.

Fonte:The Book of Life. Disponível em <https://www.theschooloflife.com/articles>

quinta-feira, 20 de julho de 2017

“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio” - Moralidade e dinamismo do direito

Heráclito de Éfeso (535 - 475 a.C. ) - Filósofo antigo

“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio” 
Moralidade e dinamismo do direito
Jusnaturalistas positivistas, pós-positivistas… O que será que ele tem em comum? Aliás, será possível, ao menos, dizer que, entre eles, existe algo em comum?
Para responder a tais questionamentos é necessário entender qual o ponto central, o que encabulou cada uma dessas cabeças, à luz de sua época: a moral e sua relação com o direito; e para compreender cada teoria, precisamos realizar um tour pela História do Direito. E essa viagem nos ajudará a entender o caráter dinâmico, e não estático, do ordenamento jurídico, tendo em vista que segundo uma concepção Hessiana este muda de acordo com as demandas e condutas sociais, pois deve se amoldar nas necessidades e preceitos de sua época, motivo pelo qual continua sendo uma discussão atual que intriga os chamados pós- positivistas.
Nossa breve viagem histórica inicia-se na Idade Antiga, mais especificamente na Grécia. Nesse contexto, existia uma forte ideia de direito natural incorporada. Os cidadãos gregos acreditavam que acima de um direito escrito, existia um direito que adivinha do “cosmos” e o direito dos homens só seria válido se estivesse em conformidade com as leis da natureza e com a moral dos Deuses. Dessa forma, nota-se o entrelaçamento entre direito e moral e a moralidade enquanto requisito de validade para a ordem jurídica.
Fazendo um recorte histórico, chegamos a Roma durante a Idade Média, ambiente de eclosão do dogmatismo religioso advindo da igreja católica. O direito dos homens, dessa forma, tinha que estar em adequação com as verdades incontestáveis -os dogmas – da religião cristã. Em outras palavras, a lei que contraria a moralidade religiosa de Deus não é válida.
Porém, A partir do final do século XIX, a sociedade passa por intensas transformações, influenciada por vários aspectos, com enfoque na reforma protestante, importante por questionar a hierarquia da Igreja , bem como a revolução tecnológica, revelando o homem enquanto sujeito transformador da sociedade e não mais passivo submisso ás vontades de Deus. Esse movimento é o que dá origem ao chamado positivismo jurídica, na medida em que entende o Direito enquanto criação dos homens, desvinculado de preceitos morais. Portanto, agora não existe mais uma lei cósmica ou divina para reger as leis dos homens e sim uma Constituição, fruto de uma construção humana.
 Entretanto, através de uma análise geral sobre a Europa no século XX, é possível perceber que esse positivismo foi responsável por perpetuar e legitimar juridicamente graves injustiças e atrocidades, sobretudo vivenciadas no contexto das duas grandes Guerras. O nazismo na Alemanha bem como o Fascismo na Itália nos mostra como um ordenamento jurídico não pode estar totalmente desvinculado de preceitos morais e de justiça. Portanto, nasce o pós-positivismo, que busca contemplar as questões morais e justas em certo grau e incorporá-las à Constituição, através dos Princípios Constitucionais, que são dotados de força normativa, ou seja, podem ser utilizados como instrumento de garantia de direitos.
Através desses recortes na História, percebe- se e que os preceitos morais não podem ser ignorados, tampouco utilizados de forma ilimitada pelo ordenamento jurídico e, além disso, que o Direito está sempre em construção. Concluindo, a sociedade, o Direito e seu caráter dinâmico resumem-se no seguinte pensamento de Heráclito:
Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate entre os contrários”.
Marina Thomaz - Monitora das disciplinas Introdução ao Estudo do Direito I e II. Disponível em http://fmd.pucminas.br/wp/ninguem-pode-entrar-duas-vezes-no-mesmo-rio

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Trabalho de Artes

       Os alunos do Colégio Magnum Agostiniano - Unidade Cidade Nova/Nova Floresta - Belo Horizonte, MG apresentaram a galeria da exposição ‘O olhar modernista’, na galeria Belas Artes Magnum. 

        Inspirados em artistas como Tarsila do Amaral, Di Cavalcante, Anita Mafaltti e Oswaldo Goeldi, os alunos do Programa de Artes reproduziram quadros famosos desses artistas, e o resultado ficou incrível! 

       Através do contato com a arte, os alunos conseguem penetrar um campo de infinitas oportunidades, expressar-se e desenvolver a criatividade e a sensibilidade.







sábado, 5 de novembro de 2016

GABARITO ENEM 2016 QUESTÕES DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA


     Mesmo com o adiamento das provas para o dia 03 e 04 de dezembro para cerca de 271 mil alunos, dentre 5 milhões de candidatos inscritos, de acordo com o site do Portal Brasil do Governo Federal, deu início hoje às 13h30min., horário de Brasília, ao primeiro dia da maratona para o Exame Nacional do Ensino Médio, o famoso ENEM 2016. 
     Como já é tradição no Blog Pensar destacar aqui as questões de Filosofia e Sociologia da Prova de Ciências Humanas e Suas Tecnologias do ENEM 2016. Para tal, selecionamos imagens do caderno branco, observamos que o gabarito é extraoficial.


Filosofia - D) autonomia do sujeito pensante.


Filosofia - C) discussões de base ontológica.


Filosofia - A) dinâmica social contraditória.


Sociologia - B) sobrevivência de gerações futuras. 



Filosofia - C) defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza.

                          
                         Sociologia - A) qualificação de serviços públicos em bairros periféricos.


                        Sociologia - D) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.


Filosofia - D) destaca a decadência da cultura.


                         Sociologia - C) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.


Filosofia - A) consciência de si e angústia humana.

                             
                                  Sociologia - D) manutenção de estereótipos de gênero.
  

Filosofia - B) administração da dependência interior.


Filosofia - E) ilusão da contemporaneidade.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

SOMOS TODOS CANALHAS - ENTREVISTA PROF. CLÓVIS DE BARROS FILHO - PROGRAMA PALAVRA CRUZADA - REDE MINAS


"Canalha não é um atributo de uma pessoa, mas de uma conduta" de acordo com o Professor Clóvis, "Somos todos canalhas - Filosofia para uma sociedade em busca de valores" é o título do novo livro do professor Dr. Clóvis de Barros Filho (USP) em parceria com o professor Dr. Júlio Pompeu (UFES) distribuído pela Editora Leya Brasil - Casa da Palavra. O livro é uma reflexão acerca da capacidade do homem de atribuir valor, ou seja, uma reflexão sobre o juízo de valor, a constituição dos valores humanos (o metron humano), da Ética, Estética, Política, isto é, "um diálogo apaixonado sobre o valor e seus muitos significados".
Luís Giffoni (esquerda), Luciano Correia, Clóvis de Barros Filho, Leonardo Vasconcelos e Haroldo Mendes

O lançamento do livro em Belo Horizonte foi através do Programa Palavra Cruzada (Rede Minas), em Belo Horizonte - MG, no dia 23 de Junho de 2015, na qual tivemos o privilégio de ser convidado, conhecer e entrevistar o grande Professor Clóvis de Barros Filho juntamente com jornalista Luciano Correia, o escritor mineiro Luís Giffoni e o teólogo Haroldo Mendes. Ética, Política, Educação, Antropologia são os temas discutidos com, como é de praxe o professor Clóvis utilizar exemplos pessoais e com uma linguagem assertiva, faz dele um grande pensador e comunicador brasileiro, que dispensa comentários. Confira a entrevista na íntegra abaixo: