Zenão de Eléia - 489 à 430 a.C.
Breve biografia
Zenão de Eléia
(cerca de 495 a.C. – 430 a.C.) nasceu em Eléia, hoje Itália. Discípulo de
Parmênides de Eléia defendeu de modo apaixonado a filosofia do mestre. Seu
método consistia na elaboração de paradoxos. Deste modo, não pretendia refutar
diretamente as teses que combatia mas sim mostrar os absurdos daquelas teses
(e, portanto, sua falsidade). Acredita-se que Zenão tenha criado cerca de
quarenta destes paradoxos, todos contra a multiplicidade, a divisibilidade e o
movimento (que nada mais são que ilusões, segundo a escola eleática). Ao
contrário de Heráclito de Éfeso, Zenão exerceu atividade política. Consta que
teria participado de uma conspiração contra o tirano local, sendo preso e
torturado. Aristóteles o considera o criador da dialética.
O paradoxo da “dicotomia” (1° argumento contra o movimento)
“Movendo-se de um
ponto de partida, um corpo pode alcançar a meta estabelecida. No entanto, isso
não é possível. Com efeito, antes de alcançar a meta, tal corpo deveria
percorrer a metade do caminho que deve percorrer e, antes disso, a metade da
metade e, antes a metade da metade da metade e assim por diante, ao infinito (a
metade da metade...nunca chega ao zero)”
REALE, G. ANTISERI. História
da Filosofia. Vol. I, 6ª Edição. São Paulo: Paulus, 1990.
O paradoxo do veloz Aquiles (2° argumento)
Esta argumentação sustenta que o mais lento não será jamais alcançado, na sua
corrida, pelo mais veloz. De fato, é preciso que aquele que segue ao encalço
chegue primeiro ao lugar de onde partiu aquele que foge, de modo que
necessariamente o mais lento terá sempre certa vantagem.
O paradoxo da flecha (3° argumento)
O raciocínio de Zenão, assumindo que tudo aquilo que ocupa um espaço igual a si
mesmo ou se move ou está parado, e que nada se move em um instante e que o
movido sempre ocupa um espaço igual a si mesmo em todos os instantes, parece
que se processa da seguinte forma: a flecha que se move, e que em cada instante
ocupa um espaço igual a si mesma, não se move, posto que nada se mova em um
instante; mas o que não se move está parado, posto que tudo ou se mova ou está
parado; então, a flecha que se move, enquanto se move, está parada durante todo
o tempo da translação.
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